Despigmentantes: Informação e aconselhamento para uma correta utilização

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Pele e suas Funções

A pele é um órgão multifuncional, complexo, resistente e flexível, que reveste o corpo e o protege contra as agressões do meio exterior. Estruturalmente pode ser dividida em três camadas distintas: a epiderme, a mais superficial, a derme e a hipoderme. Destacam-se como funções mais importantes as de proteção, termorregulação, recolha de informação, renovação, reparação de eventuais alterações da integridade da mesma, eliminação, absorção, conservação da homeostasia, imunitária, entre muitas outras.

Discromias

É a designação atribuída às modificações patológicas da coloração da pele, devido a alterações quantitativas de pigmento responsável pela sua coloração (melanina). As discromias resultam da alteração dos processos bioquímicos que atuam sobre a síntese de melanina, resultando, consequentemente, numa modificação das características da coloração da pele. No caso de um aumento da quantidade de melanina produzida ocorre uma hiperpigmentação, como as manchas, melasmas, cloasmas, entres outras; no caso de uma diminuição ocorre hipopigmentação, como o albinismo, a vitiligo, entre outras.

Melanina

A melanina é o principal pigmento endógeno responsável pela coloração da pele. Esta possui uma cor acastanhada e é produzida pelos melanócitos, que se situam na derme. O
bronzeado consiste na acumulação uniforme de melanina, resultante da exposição da pele à radiação solar, com consequente estimulação dos melanócitos. O seu papel fisiológico consiste em conferir à pele fotoproteção, funcionando como um filtro que dispersa ou reflete a radiação solar (raios ultravioleta), mediante o seu escurecimento.

A melanina é produzida, sistematicamente, a partir da tirosina segundo o seguinte esquema:

Tirosina 3,4 dihidroxifenilalanina (dopa) dopaquinona melanina

Hiperpigmentação

A hiperpigmentação é uma discromia que consiste numa produção excessiva de melanina, conferindo à região afetada, normalmente uma superfície limitada, uma coloração mais escura que o restante tom de pele. Esta coloração pode ser resultado de factores externos como a exposição solar excessiva, traumas na superfície cutânea ou mesmo a utilização de certos medicamentos, tais como os contraceptivos orais. Em relação aos factores internos, estes podem ser de natureza genética, distúrbios endócrinos ou mesmo características raciais.

De forma a evitar, atenuar ou tratar as hiperpigmentações e o seu efeito inestético inerente, pode-se recorrer a 3 tipos de medidas:

Medidas Preventivas: Caso as hiperpigmentações resultem de uma reação à exposição solar, evitar a exposição ao sol e recorrer à utilização de protetores solares com elevado
fator de proteção solar (máximo existente no mercado SPF 50+). Por outro lado, caso resultem de alguma terapêutica instituída, fale com o seu médico ou peça aconselhamento ao seu técnico de farmácia ou farmacêutico.

Medidas Corretivas: Quando já instaladas as manchas, pode-se recorrer à utilização de cosméticos como os fond de tein (bases coloridas) ou maquilhantes corretivos que cobrem a superfície cutânea disfarçando as manchas, conferindo uma coloração uniforme.

Medidas de Tratamento: Recorre-se ao uso de cosméticos que incorporam agentes com propriedades despigmentantes que, quando aplicados na superfície cutânea, eliminam as manchas por interferência na produção de melanina. No entanto, podem ser também
utilizados raios laser para a sua eliminação.

Tratamento das Hiperpigmentações

As substâncias ativas com propriedades despigmentantes encontram-se disponíveis no mercado sob várias formas de apresentação, tais como pomadas, cremes, loções, entre outras. A sua ação, geralmente, centra-se na interrupção da cadeia de formação de melanina já mencionada.

Os despigmentantes mais empregues em formulações de aplicação tópica são:

– Ácido Ascórbico: é utilizado numa concentração entre 0,5 a 1%; no entanto, o seu derivado, o fosfato de ascorbil magnésio, apresenta maior estabilidade química.

– Ácido Azeláico: derivado do fungo Malassezia furfur é utilizado em formulações, geralmente, em concentrações de 20%. A sua ação deve-se à inibição da tirosinase (enzima que cataliza a reação de transformação da tirosina em dopa), produzindo um efeito seletivo sob os melanócitos anormais.

– Ácido Glicólico: é um ácido orgânico, um alfa hidroxiácido, que também é utilizado em
preparações tópicas para a hiperpigmentação. Este é também muito utilizado em danos
cutâneos provocados pela exposição solar, bem como no tratamento do acne e rugas finas.

– Ácido Kójico: um derivado do arroz, apresenta grande eficácia na despigmentação porque inibe a ação da tirosinase, pela quelação dos iões cobre essenciais à sua reação. É utilizado em concentrações compreendidas entre 0,005 e 4%. É potente, seguro e ausente de citotoxicidade.

– Ácido Retinoico: utilizado como despigmentante devido à sua ação de descamação (peeling). Diminui a pigmentação, principalmente nas hipercromias superficiais (hipercromias epidérmicas).

– Hidroquinona: também inibe a atividade da tirosinase. Esta é utilizada em concentrações inferiores a 2% devido à sua baixa tolerância cutânea, sendo utilizada num período máximo de 9 meses.

 

Fonte:

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