Conhecendo a nomenclatura dos óleos naturais de plantas

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A botânica é a ciência biológica que tem por objetivo o conhecimento das plantas. A botânica subdivide-se em vários ramos, dentre eles a Botânica Sistemática ou Taxionomia vegetal que tem por objetivo a ordenação e classificação das plantas. Nela entram em considerações diferentes categorias em que se agrupam os vegetais: espécie, gênero, família, ordem, classe, divisão ou ramo com as subespécies por ventura existentes. Para o nosso estudo é importante conhecer a nomenclatura botânica precisa pela qual cada espécie vegetal diferente é designada, pois muitas plantas têm diferentes nomes populares em diferentes regiões, que normalmente acabam gerando confusões quanto a que óleos essenciais estão sendo usados.

As famílias botânicas

A nomenclatura científica de uma planta é escrita em latim e, em itálico, sendo o gênero, seu primeiro nome, um substantivo simples ou composto, que deve ser escrito com letra maiúscula. O segundo nome é a espécie, um adjetivo, que deve ser escrito em letra minúscula. As espécies se referem a um tipo específico de gênero, com a mesma ancestralidade e de estrutura e comportamento estáveis na natureza. A subespécie é uma divisão dentro de uma espécie. Em alguns nomes científicos de plantas costumam aparecer também a abreviatura referente aos sobrenomes dos botânicos que classificaram essas plantas pela primeira vez. Para nosso estudo não incluímos essas abreviaturas.

Os nomes das famílias levam, em botânica, a terminação aceae. Os componentes químicos dos óleos essenciais e vegetais Cada óleo essencial é composto de diversos componentes químicos que podem conter alguns poucos componentes a centenas deles para formar os vários tipos de óleos essenciais com combinações diferentes. Com a expansão da aromacologia cada vez mais os óleos essenciais estão sendo estudados pela ciência, e suas propriedades de uso tradicional confirmadas pelas pesquisas. O comportamento químico e o efeito do óleo essencial se tornam previsível pelo estudo de sua constituição. Apesar da complexidade de muitos óleos, o conhecimento dos componentes básico de um óleo essencial de planta de uma mesma espécie sempre segue o padrão geral de seus constituintes, embora ocorram variações de amostra para amostra.

Os componentes básicos do óleo de lavanda:

De forma geral os óleos essenciais são formados por hidrogênio, carbono e oxigênio. Para nosso estudo precisamos entender alguns conceitos da Química e suas funções. A molécula de isopreno, composto de 5 átomos de carbono, nos quais os átomos de hidrogênio se ligam com facilidade, formando um bloco de construção muito comum nos óleos essenciais – Os terpenos, que são substâncias constituídas de “unidades do isopreno”. Quando outro átomo se liga a essa estrutura básica, nós temos os grupos funcionais com características químicas específicas. As moléculas de terpenos são compostas de átomos de carbono e hidrogênio. Em conseqüência de sua estrutura química os terpenos, especialmente os monoterpenos são vulneráveis a oxidação. Por essa razão é que óleos essenciais cítricos, ricos em monoterpenos, são mais suscetíveis a ela. Os monoterpenos são compostos de duas unidades de isopreno, ou 10 átomos de carbono. Os monoterpenos ocorrem em quase todos os óleos essenciais. O limoneno é um monoterpeno que encontramos principalmente no limão e em alguns outros óleos. Outra forma de terpeno é o sesquiterpeno que tem três unidades de isopreno ou 15 átomos de carbono. Sua estrutura molecular é mais densa, o que os torna menos volátil que os monoterpenos.

Os grupos funcionais

Uma função química consiste em um grupo de átomos que confere as substâncias um comportamento químico determinado, sendo a função orgânica, específica para os compostos de carbono.

Eles estão divididos em dois grupos principais:

Os hidrocarbonetos que são compostos exclusivamente dos terpenos, sesquiterpenos e os compostos de oxigênio, principalmente os ésteres, aldeídos, cetonas, os álcoois, os ácidos.
A função hidrocarbonetos: São os compostos mais simples da Química orgânica. Eles compõem-se exclusivamente de átomos de carbono e de hidrogênio.

A função álcoois: São formados a partir dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou mais átomos de hidrogênio de carbonos saturados por igual número de oxidrilas ou hidroxila(OH).

Os monoálcoois saturados caracterizam-se por apresentar cadeia contendo somente ligações simples entre carbono e um único grupo OH. A hidroxila conectada a um anel de benzeno diretamente não é um álcool, mais um fenol.

A função ácidos orgânicos: São caracterizados pelo grupo – COOH. Eles se formam pela oxidação dos aldeídos.

Ácidos carboxílicos, que são formados por cadeias contendo até 7 átomos de carbono e os ácidos graxos formados por cadeias contendo 8 ou mais átomos de carbono.
A combinação da função álcool com ácido forma os ésteres.

A forma de ação e a classificação por grupos químicos:

Hidrocarbonetos

Geralmente os terpenos são estimulantes, anti-sépticos, bactericida e antiinflamatório. São exemplos de terpenos (Canfeno, Careno, Cimeno, Limoneno, Mirceno, Ocimeno, Felandreno, Pineno, Sabineno, Terpineno). Os sesquiterpenos tais como o camazuleno, presente na camomila tem sido muito estudado por suas propriedades antiinflamatórias.

Compostos com oxigênio

Álcoois

Seus nomes são finalizados pelo sufixo -ol.

Este grupo é geralmente estimulante do sistema imunológico, antiséptico, tônico, não-tóxico, e não-irritante. Os álcoois evaporam lentamente e geralmente possuem um odor suave, doce herbáceo ou amadeirado. Eles são o linalol (lavanda e pau – rosa), nerol (néroli), geraniol (palmarosa, gerânio), citronelol (gerânio, rosa, limão) e patchoulol (patchouli).

Aldeídos

Seus nomes são finalizados pelo sufixo -al.

Este grupo contem óleos que são sedativos e calmantes com propriedades antiinflamatórias.
Normalmente são óleos muito fortes e que podem até causar alguma irritação na pele.

A maioria dos óleos que cheiram como limão estão nesse grupo:

Citral (limão, lima, lemongrass).
Geranial (petitgrain, laranja).
Neral (vebena, lemomgrass, limão).
Citronelal (citronela, grapefruit e rosa).

Cetonas

As cetonas são os elementos com maior toxidade nos óleos essenciais, o que os torna inadequado ou de uso mais restrito, por exemplo, a tujona (noz moscada, sálvia) pode causar convulsões, tem efeito abortivo e podem causar confusão mental. Porém, nem todos são tóxicos, alguns são considerados descongestionantes e mucolíticos outros dissolvem gorduras. Alguns deste grupo são carvona (coriandro, hortelã-pimenta), mentona (hortelã-pimenta, gerânio), jasmona (jasmim) e pinocanfeno (junípero) e a fenchona (funcho – doce).

Ésteres

Os ésteres são formados quando ácidos e álcoois reagem entre si. Eles tem propriedades equilibradores e calmantes com traço de aroma frutal. Alguns ésteres são acetato de linalil (bergamota e sálvia esclaréia, lavanda), acetato nerílico (neroli, limão), acetato benzílico (ylang-ylang).

Fenóis

Este grupo químico contem alguns dos óleos mais estimulantes, bactericidas e imunoestimulantes. Os fenóis são solúveis em água e evaporam mais rapidamente que os sem fenóis. Podem causar irritação na pele e alguma toxicidade.

Do grupo dos fenóis estão:

Eugenol (cravo e louro), timol (tomilho), carvacrol (orégano).

Ácidos graxos essenciais

São chamados de ácidos graxos essenciais porque nosso organismo não consegue sintetiza-los. Os ácidos graxos essenciais reestruturam a membrana celular. São eles: ácidos linoleico, gama-linolêico e alfa-linolênico.

Principais famílias botânicas usadas na extração de óleos essenciais:

Coníferas, nome comum de um grupo de plantas caracterizado pelo desenvolvimento das sementes em estruturas chamadas cones ou pinhas; compreende entre 550 e 700 espécies de gimnospermas. Têm mais de 290 milhões de anos de existência.

A formação do óleo essencial nas coníferas se dá em canais oleorresinosos.

Pináceas
Pinheiro – silvestre (Pinus sylvestris)
Cupressáceas
Cipreste (Cupressus sempervirens)
Junípero (Juniperus communis)
Cedro (Juniperus virginiana)
Lauráceas
Os óleos essenciais são encontrados dentro do citoplasma das células sob forma de gotas oleosas
Loureiro ( laurus nobilis L.)
Canforeira (Cinnamomum camphora)
Caneleira ( Cinnamomum zeylanicum)
Sassafrás ( Sassafrás officinalis)
Pau – rosa (Aniba rosaedora)
Abacateiro (Persea americana Miller) * extra-se óleo vegetal Rosáceas

Os óleos essenciais são encontrados nas células epidérmicas das pétalas.

Rosa-branca (Rosa centifolia)
Rosa – de – damasco (Rosa damascena)
Amêndoas – doces ( Prunus amygdalus) * extra-se óleo vegetal.
Rutáceas
Nesta família os óleos essenciais aparecem nas bolsas e canais.
Arruda (Ruta graveolens)
Cítricos
Laranja (Citrus aurantium)

Variedades:

Laranja doce (Citrus sinensis) – pêra, baía, seleta
Laranja azeda ou amarga (Citrus bigaradia) – laranja-da-terra, laranja-amargodoce.
Note bem os óleos néroli e petitgrain também são extraídos da: (Citrus
bigaradia)
Néroli – Flor de laranjeira
Petitgrain – da folha ou dos pequenos frutos ainda verdes.
Subespécie:
Bergamota (Citrus bergamia)
Lima/limão (Citrus Medica)
Variedade:
Limão doce (Citrus limonum) – limão siciliano, Lisboa, Gênova, rugoso.
Lima: (Citrus auratifolia)
Doces: lima da pérsia,
Ácidas: (que são confundidas com limão): limão – galego, tahiti, mexicana, sutil.
Grapefruit (Citrus paradisi) – toranja
Tangerina (Citrus reticulata)
Labiadas

Os óleos são extraídos de pelos glandulares que fica no espaço intercelular das células glandulosas e a cutícula.

Alecrim (Rosmarinus officinalis)
Lavanda (Lavandula officinalis)
Lavandin (Lavandula flagrans)
Hortelã – pimenta (Mentha piperita)
Manjericão (Ocimum basilicum)
Manjerona (Origanum majorana)
Patchouli (Pogostemom patcchouli)
Sálvia ( Salvia officinalis)
Sálvia esclaréia (sálvia sclarea)
Tomilho (Thymus vulgaris)
Compostas
Nesta família o óleo essencial se acumula sob a cutícula distendida ou dentro
da própria célula glandulosa.
Camomila (Anthemis nobilis)
Calêndula (Calendula officinalis)
Girassol (Helianthus annuus) * extra-se óleo vegetal
Mirtáceas
Os óleos essenciais se forma pela divisão de células em meatos.
Eucalipto glóbulos (Eucalyptus globulus)
Tea tree (Melaleuca alternifólia)
Cravo- da – índia (Eugenia caryophyllata)
Burseráceas
Mirra (Cammiphora mirrha)
Olíbano (Boswellia carterii)
Gramíneas
Capim-limão (Cympopogon citratus)
Citronela (Cympopogon nardus)
Palmarosa (Cympopogon martini)
Vetiver (Andropogon muricatus)
Umbelíferas
Funcho – doce (Foeniculum vulgare)

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